Processo Coreográfico desenvolvido em Essen na Alemanha pelo jovem bailarino e coreografo Douglas Jung, contando com a participacao dos bailarinos Pamela Fernandez(Argentina) e Ricardo Gregianin(Brasil).


18 de jan. de 2009

Enquanto o Projeto nao vem...




Enquanto o texto completo do Projeto nao vem, publico o post inaugural trazendo referências pras idéias que ando tendo. Esses poemas/músicas estao recheados dos ingredientes que vao temperar o nosso bife: corpo, movimento, presenca, ausência, percepcao, memória, imagem, tempo, espaco, som, cor, cheiro...
Da mistura de tudo isso teremos o sabor. Que seja de delícias o nosso caminho!

E seguem as referências:


Acabo de não morrer!
A todo instante poderia dizer isso...
Todo o dia, até o fim.
Acabo de não morrer significa “agora”...
Poder pronunciar “agora” é não estar morto.
É por em evidência a motricidade; (fr)agilidade.

Caminha, agora, mas move-te rápido,
Antes que te alcance, a morte.
Sim, foge da morte, anda rápido, corre!

Contudo, prolongue teu instante sem fazer-te vil,
Sem enrijecer a carne, sem trancar os orifícios.
Prolongue teu instante sem deixar de ser “motor”,
Sem deixar de ter caminho,
Sem largar a mão da sorte.

Que sorte ser “agora”, que sorte todo o dia,
Até o fim.
Até que – forte – eu diga: acabo de não morrer.

Luciana Paludo

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Momento III

é molhado de costas
é impermeável de bruços
é de frente e de lado de costas
um pouco mais embaixo de bruços
é como é de costas
como deve ser de bruços
fica de pé de costas
deita no chão de bruços
fecha sua couraça de costas
abre aspas de bruços
acha graça de costas
dá risada de bruços
fala no telefone de costas
escuta passos de bruços
voa no céu de costas
respira em baixo d'água de bruços
é como estar de bruços de costas
é como estar de bruços
é a mesma pessoa de costas
se transforma de bruços
fica cansado de costas
descansa de bruços
fala pelos cotovelos de costas
pensa melhor de bruços
ajoelha de costas
senta de bruços
a chuva cai de costas
os automóveis passam de bruços
já é de madrugada de costas
adormece de bruços
abre o portão de costas
anda na rua de bruços
tem certeza de costas
fica em dúvida de bruços
muda de posição de costas
não quer ficar mais de bruços
deita de costas
acorda de bruços
toma água de costas
toma sol de bruços
fica boiando no mar de costas
nada de bruços
levanta de costas
sente o peso dos braços de bruços
acorda de costas
volta a dormir de bruços

Arnaldo Antunes

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Carnalismo

No rastro do seu caminhar
No ar onde voce passar
O seu perfume inebriante
Pendura num instante
A rua inteira a levitar

Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne e osso
Pele e cor

Os Tribalistas

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